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“Poetisa das mais dotadas da sua geração é Soledade Summavielle, cuja carreira se traduz numa operosa tarefa, oferecendo-nos um valioso lote de obras, todas elas feitas de poemas fáceis, espotâneos, de suaves ressonâncias, como é o caso deste seu novo livro, “Búzio”. Poetisa que não se deixou cair no desvairo abstraccionalista, que não veste figurinos alheios, nem corre atrás de modas, ela segue, antes, a linha de rumo de uma poesia tradicionalista, plena de música e espiritualidade. Uma poesia ágil, firme, alada, inventiva, criadora, nimbada, enfim, daquele poderoso sortilégio capaz de se tornar entendida e sentida por todos aqueles para quem a poesia é tudo o que deixa raízes em nós, o que permanece através de todas as circunstâncias, o que aflora no nosso pensamento e se sente no nosso coração, para além do vulgar, do quotidiano, do mesquinho.

Soledade Summavielle confirma, assim, o extraordinário poder de comunicação de que se revestem os seus poemas, dotados de autenticidade natural que lhes confere singular beleza. Sonho e humanidade sincera animam toda a vida interior desta poetisa, cujo romantismo não a aliena, porém, de tudo o que é subtil, actual, interessado nos problemas do dia. Os seus versos ganham, de obra para obra, maior dimensão, mais apurado jogos de imagens, mais profundado sentido poético, maior vivência dizendo-nos como há poesia no sofrimento, na alegria, no amor, na saudade, nas coisas belas e ternas que nos encantam, naquilo que nos inspira inquietação, no que nos torna superiores aos outros seres.

Há que saudar, na verdade, em Soledade Summavielle (já laureada com o Prémio de Poesia da Academia de Ciências de Lisboa) uma poetisa por força do destino, que vai descobrindo, dentro de si mesma essa preciosa bagagem, esse tesouro de que nos damos conta, que é o milagre da sua voz, voz que não pode calar, que “brota espontânea como um fio de água numa fonte a cantar.” Saudemos, pois, este seu novo livro de poemas, livro que “recolhe a voz do poeta, como o búzio recolhe a voz do mar!”

 

Augusto Fraga

O Século, 28 de Março de 1972

 

 

“Aqui temos Búzio de Soledade Summavielle; livro belo onde se evidencia uma poesia de acento claro e de expressão plenamente conseguida. O poder de comunicação destes poemas sóbrios, vigiados na sua contenção aristocrática – vem-lhes da sinceridade de quem tem algo a dizer e o diz numa forma simples, despojada, original. Soledade Summavielle cultiva os últimos valores de uma vida profunda e deixa que depois a fonte da poesia jorre e comunique aos outros com desprendimento, e não com ostentória avidez, o segredo da vida. O que se ouve num búzio projecta-se com um certo afastamento. O mesmo acontece com esta poesia em surdina onde se abrem poemas que fariam a delícia de Brémond, o mago apreciador da poesia pura. Se formalmente, desde o Canto Incerto, Soledade Summavielle não inovou, apurou as cordas da sensibilidade para matizes espirituais de esquesita finura e delicadeza: Tão vago, e cego e agudo / O meu espanto, / Viaja insatisfeito pela estrada. / Não é que se perceba o desencanto / Na procura do nada. Não digs que me tocas, / Flor do dia, / Não digas que me fitas, / Minha estrela. Itinerante, a mágoa acontecida / Sem eu chamar por ela. Nem tua voz tão clara / protegia, / Nem teu olhar aceso / Me guiava. / No dia a dia da voz amortecida / E a luz me abandonava.

Este livro de Soledade Summavielle traz-nos uma leitura de frescura reconfortante. Nos areais ardidos tem algo de sedutor um perfeito e redondo búzio que entesoira ressonâncias; sendo leve e grácil, posto no ouvido inunda-nos de sonho e nostalgia. Assim estes versos discretos, femininos, perfeitamente naturais.”

 

Brotéria, Abril de 1972

 

 

“Poderá parecer supreendente a extraordinária evolução artística desta distinta poesia e o lugar de relêvo incontroverso que veio a ocupar na panorâmica da poesia contemporânea.

O seu primeiro livro ofereceu logo a crítica judiciosa e consciente, não impressões conjectuais, mas bases, estruturas duma autenticidade artística e estética que fatalmente tinha e evoluir.

Pois vejamos que um poeta não se queda nem na sua arte nem na sua posição estética.

Sem deixar de ser o que é, no grau do seu pessoalismo, no fulcro da sua sensibilidade, na frça da sua cultura, na razão da sua mística plural (sentimento, inteligência, ideal, vontade, capacidade de apreensão de fenómenos da vida e da grandeza dos dramas íntimos de cada dia),  o poeta descobre sempre novos horizontes no mundo que o cerca da sua personalidade. E evolui. Fatalmente evolui porque o esteticismo é uma força de renovação constante, de comunicação, de mística.

Soledade Summavielle é uma poetisa inconfundível. Um crítico evidenciou-lhe a serenidade que se advinha nos seus poemas. E assim é. Como quem sabe aceitar e compreender a dor. Um dos mistérios da arte sublime: saber sentir a dor.

 

Acontece-nos ver chegar a dor

Como acontece o bem,

Como acontece o mal,

Inexoravelmente.

Importa é recebê-la vertical,

Para mostrar ao mundo que se é gente.

 

Saber sentir a dor e compreendê-la e transmiti-la, é uma arte (em poesia), evolutiva, rica de nuances que o poeta saiba dar-lhe, como abrir a alma aos mistérios que andam na vida e nas ruas do mundo.

“Harmonias estranhas”, “alucinados voos”, “E fronteiras de dor”,

 

Por fim responde o canto

Ao som do meu espanto.

 

São versos que indiciam a alma da poetisa em emotiva introspecção. E aqui está a autenticidade poética que dá beleza, forma aliciante, encanto rítmico, à poesia de Soledade Summavielle.

Hernâni Cidade destacou-lhe os símbolos e as sínteses que são afinal pequenos-grandes poemas, com também escrevemos um dia.

Nesta pequena apreciação aos poemas de “Búzio”, de fina concepção estética e de uma arte que evolui estruturada em sensibilidade, cultura e “razão humanística” da alma, procuramos demonstrar a presença íntegra ( e realizada), da poetisa, na sua prórpia arte.”

 

Sousa Machado

O Desforço, 13 de Abril de 1972

 

 

“Búzio”. Soledade Summavielle em poesia-música ao mando da emoção pura. Livro que “recolhe a voz do poeta. Como um búzio recolhe a voz do mar”. Fragância lírica animada ao veio das límpidas e sensitivas nascentes da palavra.”

 

Observador, 28 de Abril de 1972

 

 

“Primeiro o sobressalto. / Vivas, tomando forma / À força de as pensar / Harmonias estranhas, / Levíssimas, no ar (...) Alucinados voos / E fronteiras de dor. / Por fim responde o canto / Ao som do meu espanto:

A propósito do modo como Soledade Summavielle construia o poema, no seu penúltimo livro, escrevi já: O poema nasce e, nos mais diversos trãnsitos, vai completar se em harmonia, voltando ao ponto de onde partiu o que poderia significar-se de outro modo: voltando a fonte de onde jorrou e vindo a terminar em frescura e jamais em escura.

Na transcrição dos versos com que inicio esta breve nota, quero salientar também que, para além desta especie de segurança que preside à exactidão criadora, noutra lúcida prespectiva, na sonâmbula caminhada do poema, a define Soledade na transparência metafísica da sua límpida intuição: Primeiro o sobressalto (...) Por fim responde o canto / Ao som do meu espanto.

Pois verdadeiramente surpresa e encantada (presa de um encantamento) no mistério da Poesia ela se revela quando revela, como por exemplo no poema que dedica à memória de Thomaz de Figueiredo, a perturbante aliança entre o criador e os seres criadores.

Pode morrer o artista e o seu corpo / Como sobre fluida / Repousar já liberto e horizontal / Entre luzes caladas (...) Não morrerão jamais auelas árias / De nítida presença / Que um dia nos legou / O que em vida entuante foi mensagem / Sibilante e secreta personagem / Do sonho que sonhou.

Não arma tendas espectaculares; não utiliza palavras, nem temas daqueles que muitos subscrevem contando de antemão com êxito, por demais assegurado... Em nenhum outro Poeta se encontra mais evidente a afirmação de Jean Wahl: “o eu não tem nada de real, os estados que aravessa é que são reais”. Assim, a encontramos voando, “Sem destino e sem mágoa / Ao sopro brando e fresco / De limoeiros e guitarras de água” ou geomericamente descrevendo Lisboa (E ostentas nos teus braços lineares / O longo itinerário da vigem) porto de amor e de partidas antiquíssimas: Corpo desperto e ágil de gazela / Com movimentos rápidos, instáveis / Cidade marginal e paralela.

A impressão de segurança, de exactidão, de desenho esboçado totalmente, num só momento, jamais abandona o leitor. Os estados que atravessa são sempre reais e totais. E mesmo quando o Poeta vem de longe, traz-se completo, firme, certo, corajoso, acordado a todos os ventos e dores que o vão açoitar.

Mesmo no alto do mais fluídico lirismo, jamais Soledade Summavielle perde a nota essencial da sua autenticidade tão rara:

 

Dimensão Temporal

 

Na varanda do dia

O bambu do meu corpo reclinado,

Descansa de uma longa caminhada.

Não me doi a saudade do passado

À memória do tempo abandonada,

Nem tão pouco a pergunta sem resposta

Do futuro caminho a percorrer.

Só mata a sede a fonte do presente.

Oiço um canto subtil de água corrente

Desço a escada da vida e vou beber...”

 

Natércia Freire

Página Literária do “Diário de Notícias”, 4 de Maio de 1972

 

 

“Na poesia contemporânea, tem marcado a autora deste livro uma posição que a Academia de Ciências de Lisboa consagrou recentemente com o prémio anual da especialidade. Dela escreveu outro poeta, João Maia, que os seus versos estão no fio da balança onde se equilibram os lídimos valores tradicionais e apontam, discretamente ou a pleno, as melhores aquisições do modernismo. A sua sensibilidade nativa dá corpo a suavidade às formas poéticas de que se serve e os seus poemas brotam como a água das fontes e como as fontes se abrem a um contorno silvestre com sabor a terra e as flores naturais, ao hábito da natureza. Nas páginas de “Búzio” consagra-se decerto essa genuidade lírica da poesia de Soledade Summavielle.”

 

Jornal do Comércio, 27 de Maio de 1972

 

 

“Este livro é bem do sestro da autora. É o quinto. E cinco “modos-de-vida” (ou cinco caminhos) tem Soledade Summavielle. – “pinta, modela, escreve, canta árias e faz versos”.

Admirável destino para uma Mulher!

E logo de feição tal, que nos gavinha a nós, tal e qual faz ao sarmento a haste fina emergente da cepa...

Longe de nós veleidade de lhes prescutarmos os arcanos da Alma, que imaginamos aveludada, nem que forrada a penugem de cisne, que os sonhos tivessem debangado de uma existência já larga. O seu “Labirinto” elucida-nos, porém, de sua frustações. Simbólicas? – “Cinco caminhos diversos / E eu sem me realizar” ...

Perdoe-se-nos, mas não opinamos com a autora. Bastaria termos por nós esta certeza:

- Que grande poeta está à nossa frente!

Oiçámo-la na justificação do título deste livro de poemas: - “ Búzio”

- “Embora ínsegura, embora trémula, / Quem a pode calar? / Brota espantânea como um fio de água / Numa fonte a cantar. / Se alguém a escuta bem depressa a esquece / Quem a pode guardar? / Só um livro recolhe a voz do poeta, / Como um búzio recolhe a voz do mar.

Interrogando-se  (mas conhecendo-se até o âmago, segundo cremos) e querendo dar uma interpretação filosófica da vida, ei-la cantando:

- “De onde nos vem ainda a faculdade / De sorrir e sonhar mesmo acordados, / De amar e de chorar uma saudade? / Seres humanos, ou deuses disfarçados?”

Ainda como pensadora, podemos vê-la nesta definição do “Amor”:

- “... / Vens como vem um eco musical, / Uma festa imprevista, / O sol, um coro, um hino, / Naturalmente e sempre, / Como fatalidade de destino”.

Vejámo-la agora nos descritivo:

- “Cheiro este cheiro molhado / Impregnado na terra / Depois do luar se abrir / E penso nos meus poemas: / No seu sabor a cacimbo, / Bagas de zimbro a cair...”

 

J. C.

Correio do Minho, 6 de Maio de 1972

 

 

“ Começa por este verso o poema “Dimensão Temporal”, no novo livro, “Búzio”, de Soledade Summavielle: “Na Varanda do Dia...”

Na varanda da noite longa ou da madrugada, e do sonho ou da visão, da já espera ou da já repetida desilusão, debruçam-se os restantes admiráveis poemas do mesm volume.

Experiente de dias com espinhos e com asas, Soledade Summavielle tem o amor-paixão da própria vida, ainda que esta, muitas vezes, anseie por libertação, todavia sem fugas, desistências e pusilanimidades.

 

Acontece-nos ver chegar a dor

Como acontece o bem,

Com acontece o mal,

Inexoravelmente.

Importa é recebê-la vertical

Para mostrar ao mundo que se é gente.

 

O agrado que a poesia da autora de “Tumulto” nos desperta vem da dua integração no mundo que a rodeia, impondo-se, por isso mesmo, através de acentuada, constante sinceridade, que constantemente desabrocha em imagens e ressonâncias de forte e cálido amplexo, na própria adesão ao futuro, como no poema “Mãe”:

 

Gerou uma poetisa no teu ventre,

O teu amor carnal pela Poesia.

Pior que a tua morte a minha sede

Da fonte cristalina onde eu bebia.

 

Lirismo do mais alto, do mais puro e do mais aliciante, nas veias vivas da poesia de Soledade Summavielle, se já lhe conquistou, e bem merecidamente, da Academia das Ciências, o Prémio Poesia, pelo seu livro “Canto Incerto”, a todo o momento novos prémios de simpatia, apreço e aplauso lhe conquista, também, da parte de leitores exigentes, que da Poesia, afinal, esperam mais, muito mais do que montagens de palvras em poemas ditos herméticos.

A poesia desta mulher excepcional, por muitos dotes e talentos, continua, continua sempre, como afinal se verificará através do poema inicialmente citado e que vamos, agora, transcrever integralmente:

 

Na varanda do dia,

O bambu do meu corpo reclinado

Descansa de uma longa caminhada.

Não me dói a saudade do passado

À memória do tempo abandonado,

Nem tão-pouco a pergunta sem resposta

Do futuro caminho a percorrer.

Só mata a sede a fonte do presente,

Oiço um canto subtil de água corrente,

Desço a escada da vida, e vou beber...

 

Em louvor da vida e de tudo quanto, em seu fluir, é oferta ou recusa, para ser um dia longe, saudade ou esquecimento, “Búzio” (Ed. da Sociedade de Expansão Cultural) representa, na realidade, um bom livro, que se aprecia e guarda, como sinal de novo triunfo de uma luminosa caminhada que outros e merecidos triunfos já alcançou”.

 

Guedes de Amorim

Século Ilustrado, 27 de Maio de 1972

 

 

“Soledade Summavielle, continua a afirmar-se como uma das mais ricas e autênticas naturezas e expressões poéticas do país.

Búzio documenta um estilo perfeito, uma técnica em superlativo, um vate cem por cem inspirado e válido.

A frase é dum embalo e harmonia clássicos:

 

“Embora insegura, embora trémula, / Quem a pode calar? / Brota espontânea como um fio de água / Numa fonte e cantar”.

 

A música, a cadência, o ritmo, tornam os versos duma graciodade, duma orquestração maravilhosa, duma expressão quase de ballet:

 

“No rumoso rio / Da minha adolescência, / Mirava-me com gosto. / A mão lisa das águas / afagava o meu rosto”.

 

Um facto histórico, transcendente, na vida da autora, é referido com simplicidade extrema, com brevíssimas palavras cheias de emotiva sensibilidade artística.

Normalmente, os versos são curtos, pequenos, os poemas.

Saiem dum jacto. Acontecem! É bem verdade que “violenta non durant”; a violência não se aguenta muito tempo.

É a frescura das imagens? A sua originalidade?

 

“Uma manhã exacta, loira, clara, / Leque de palma aberto em esplendor./ Onda de bronze era o teu corpo eleito, / Barcos de azul, teus olhos, meu amor”.

 

O máximo em beleza!”

 

O Arauto, 1 de Junho de 1972

 

 

“Se é certo que a palavra foi dada ao homem para lhe permitir comunicar, não menos certo é, também, que só a muito poucos foi concedida a faculdade de fazer dessa comunicação sonho, encontrando na combinação das palavras uma musicalidade e uma riqueza de cambiantes que não estão ao alcance de pessoas vulgares.

Esse dom revela-se, em plenitude, na poetisa Soledade Summavielle que, de quando em vez, nos brinda com um novo livro, auto-retrato e revelação de um mundo íntimo de mulher, fadada, desde o berço, para traduzir em canto e em Beleza as experiências que a vida lhe oferece.

Predestinada pelo nascimento no coração do Minho para o lirismo que, nesta região, é tão natural como o verde da Serra da Lameira, não admira que Soledade Summavielle mantenha, nos seus versos, a saudade dessa paisagem cuja falta sente mas cuja presença é constante. Daí as aproximações que faz, daí a transposição de imagens e daí, também, a riqueza da sua poesia em que a monanhaverde e ondulada se integra, naturalmente, no verde marinho que a cidade grande lhe deixa entrever de longe e longe.  Saudade, lirismo, experiência vivida, todos estes elementos se conjugam no seu espírito e, em diferentes graus de combinação, dão-nos uma imagem rica de uma intensa vida interior e acordam, nos nossos espíritos prosaicos, um quase irresistível desejo de integração num mundo mais vivo de cor e de intensidade de sentimentos que Soledade Summavielle sabe criar e, generosamente, oferece aos que não têm esse condão natural. O seu último livro «Búzio» é a expressão exacta do que acabamos de dizer: — rico de cor e sentimentos, rico de experiência vivida, milionário de saudade, desperta-nos para uma vida mais intensa e mais vivida. Não precisa o Autora de se integrar em Escolas rígidas nem isso consentiria o seu talento: — canta como sente — com a natural vivacidade do seu temperamento e com a elevação do seu espírito de artista e de Senhora. Requinte de expressão, riqueza imensa de sentimento e perfeita naturalidade, são elementos que se conjugam para transformar num tesouro de inspiração o «Búzio» que nos ofereceu. Salientar de entre os Poemas que o formam, aquele ou aqueles que mais feriram a nossa atenção, é tarefa que recusamos pois todos eles seriam merecedores da mesma evidência porque todos eles têm o cunho indelével da verdade vivida.

Em todo o caso permitimo-nos destacar, apenas por razões sentimentais, o poema que dedica a sua Mãe, Senhora e Poetisa, também ela, motivo de: exemplo e de inspiração para a autora e razão Primeira da sua existência como artista e mulher.» 

 

Maria Antônia 

Noticias de Fafe, 8 de Julho de 1972 

 

«Poetisa nata, duma sensibilidade tão requintada como natural deliciosamente simples, mas em perene vibração, Soledade Summavielle escreve poemas por uma determinante do espírito. Assim, a sua poesia, desde a quadra à ode, é aureolada pela suavidade da dourada poalha do sentimento.

Depois do apreciado trabalho «Canto Incerto» que em 1969 conquistou o Prémio da Academia de Ciências de Lisboa, Soledade Sumavielle, oferece-nos uma nova mancheia de poemas com o título «Búzio».

A espontaneidade e o lirismo desta obra são explicados pela autora, quando diz: «Só um livro recolhe a voz do poeta / como um búzio recolhe a voz do mar».

A inquietude da inspiração resulta, saltitante como uma ave em todas as páginas de «Búzio», a demonstrar a delicadeza dos sentidos da poetisa, que é bem compreendida e apreciada, pela lídima sinceridade da sua emoção.

Edição da Sociedade de Expansão Cultural.» 


Primeiro de Janeiro, 14 de Dezembro de 1972

 

 
«As tisanas não chegaram ainda à cabeceira dos leitores de Soledade Summavielle, a autora de Búzio, poetisa já premiada, poetisa já consagrada, poetisa ainda, mais poetisa que mulher-poeta. Para eles, a emoliência do não-senso é dispensável, de perfeita saúde que estão todos, e quando lêem os versos desta apaixonada, no estilo das grandes apaixonadas da nossa poesia convencional de Maria Brown a Florbela Espanca - , sabem que estão lendo algo que qualquer leitor de bom senso pode ler, poesia anterior à idade nuclear, que é a da autora de tais versos, versos harmoniosos, quentes, inspirados. Ah, Descartes, como tu gostarias de ler a poesia da autora de Búzio (Sociedade de Expansão Cultural) se ainda fosses vivo, se fosses português e se gostasses de poesia!»

 

João Gaspar Simões 

Diário de Notícias, 5 de Abril de 1973

 

Críticas ao Livro Búzio (continuação)

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