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“Acabei agora mesmo de ler um belo livro de versos de Soledade Summavielle, com o título de Tempo Inviolado. Dir-se-ia ser o Tempo preservado debaixo da tormenta. Também agora, na primavera ou em seus começos, após as grandes ventanias e chuvas, teimam em pungir nos valados e nas encostas as mesmas flores de antes, para nossa admiração e conforto. A literatura segue as leis da vida. Não há chuva de processos que limite a verdadeira vida que rompe e vai adiante na procura da verdade e da beleza.

            A Poesia de Soledade Summavielle, neste livro, está em viva continuação dos seus outros livros, da sua obra. Características de uma sensibilidade feminina, atenta aos mais pequenos matizes da natureza da luz, madrugada ou crepúsculo e noite, caldeadas com as intimações do afeto da lembrança, unem-se ao amor de um classicismo modernizados, sem aventuras de processos ridículos, com fidelidade a poética de Cancioneiro. Poética que não envelhece e tem em João de Deus, Cabral do Nascimento e Fernando Pessoa ortónimo, seus padroeiros mais ousados. Neste livro, Soledade Summavielle refresca as constantes da sensibilidade portuguesa e reverte às nascentes da surpresa, da saudade, dos afetos familiares, da lembrança e da dádiva e sabe conter-se na moldura do poema curto, no gesto de quem colhe uma flor, a levanta e mostra, consciente de que a demora a pode fanar.

Dizendo Amor, digo semente, lume

E gestos de vigília

Morno e macio pão

Porto de abrigo em doce inquietação,

Meu sentimento denso de família.

 

A Poesia, como a música, é uma companhia para o homem. Não foi o homem feito para andar só. Mesmo no ermo, o homem se é homem em profundidade e religião, nunca está só. Contesta sempre e em toda a parte a solidão. E é precisamente um poema de Soledade Summavielle, para nosso gosto o melhor deste Livro, que no-lo diz de maneira egrégia. «Nada e ninguém está só em breve instante.»

 

SOLIDÃO CONTESTADA

Longas nervuras de um luar difuso

Desdobram-se solícitas na noite

Para enfeitar a sua solidão.

Nada e ninguém está só em breve instante

Na própria natureza, o vento arfante

Perpassa em ritmada vibração.

 

Sorvida pelos olhos, a beleza

Companheira de acaso descoberta

No respirar das flores, a sua voz,

Na translúcida água que as sustenta.

 A presença ideal é que se inventa,

Nunca deixa de estar junto de nós.

 

Poesia de selecção e de intimidade, poesia de tempo que se não deixa entregue ao flutuar das modas e, menos, à babugem de vilanias com que o tempo se macula por igual, este «Tempo Inviolado» traz ainda a marca de uma maturidade pensativa que adere a valores eternos e vai seu caminho sem oportunismos, que os há também no mundo das artes. «O fogo oculto de uma oculta luz/ que aquece e aproxima» assim definiu o Natal Soledade Summavielle. Podia ser também a definição deste seu livro – Tempo Inviolado.”

 

JOÃO MAIA

R. Renascença, 8-3-1978

 

Tempo Inviolado

“É este o título feliz, escolhido pela poetisa, para o seu oitavo livro. De algum modo, corresponde, nom espaço em que o poeta se movimentou, a um tempo especial! Dito em verso pela própria poetisa, tempo em que «Galos de oiro cantam madrugadas / Tempo de acreditar / Um retorno da infância à terra prometida. / Em que desenha flores, o meu olhar…»

É precisamente nesta fuga, que este livro «Tempo Inviolado» apresenta uma grande diferença em relação aos outros.

Desde o livro «Sol Nocturno» que o espartilho poético, das métricas fixas ou rimas cuidadas, no ponto-de-vista formal e objectivo – mercê de uma transição surrealista imposta pelo tempo – foi ganhando vulto. Pode-se dizer que, neste ponto estritamente formal, a poesia de Summavielle, cedeu aos manifestos de Breton, mas o mesmo já não aconteceria com a estética, com a moral e com a lógica, como matérias indispensáveis na sua criação.

No ponto-de-vista significante e tradicionalmente lírico, a poesia de Summavielle brotava tão espontânea e límpida, que já no «Canto Incerto», lhe haveria de granjear o prémio de poesia Casimiro Dantas.

Nos livros seguintes, Búzio e Sagitário (o «Pirilampo do Bairro» é uma novela extraordinária) verifica-se que o lirismo tradicional invariável da temática, não deixa de ser também para a poetisa (dada a importância e a vastidão de temas que pode fornecer) não um espartilho, mas uma limitação às suas ligítimas ambições.

Pode-se dizer, sem errar muito, que a poesia lírica de Summavielle, se exerce num devir de satisfação e insatisfação, em que nascem dias e horas de esperança que no instante seguinte mergulham numa frustração e angústia irremediáveis. As horas de esperança são cantadas num engalanar festivo, num florescer da natureza ou de um iluminar de horizontes.

As horas de frustração são pontos altos da poesia, em que o poeta lamenta momentos depressivos, desilusões angustiosas e sofre a inutilidade das coisas inúteis, como no poema «Folhas de Outono»: «De si já desprendidas, de si tristes… / O vento as varre e as leva acumuladas… Sempre me dói o abandonar das coisas…»

É pois neste livro, mais do que noutro qualquer, que a poetisa se projeta com mais frequência, desse círculo fechado do lirismo, para outros temas, não menos importantes, mas mais do pelouro temático da saudade.

Destacamos, por exemplo, entre outros títulos, «Terra Natal», invocação de uma infância feliz; «A Antiga Casa» e a «Riqueza» em que a poetisa descreve momentos vividos e autêntica sonho, ou então «Pátria Imortal» numa exaltação de amor patriótico, de que me permito reproduzir a última estância: «Escuto as tuas queixas… / Em palavras caladas eu me oponho / Ao teu breve desmaio eventual / E já te reconstruo no meu sonho.»”

 

J. BAPTISTA NUNES

«Voz de Portugal», 7-4-1978

 

«Felizmente ainda há quem vá desmentindo a inviolabilidade do tempo que acontece a cada instante, mesmo que os poetas espalhem flores a distrair as crianças.

Soledade Summavielle que reaparece pela sétima vez em 15 anos, é uma dessas almas generosas que se vale da poesia que lhe sai fácil e terna para suavizar, com mensagens e primavera a dureza dos tempos que passam. Ao ler «Tempo Inviolado» faz-me lembrar uma outra poetisa das mais duras que conheço dos últimos anos e que não se cansa de espargir amor e verdade, através da sua predilecta maneira de falar aos homens: Maria Campos. Como Soledade Summavielle. Maria Campos que há cerca de dois meses foi justamente homenageada pelo Cenáculo Artístico e Literário, «Tábua Rasa», procura ignorar o conflito social em que se integra e dele extrai somente a dignificação humana, através de uma linguagem depurada e firme, servindo a arte poética e convidando as gerações que passam para uma reflexão que lhes convém.

Soledade Summavielle reaparece, sem surpresa para aqueles que se habituaram aos seus poemas, repletos e objectividade e de vivência. A mulher, quando age, fá-lo com todas as potencialidades da sua alma. Age em força e com sensibilidade feminina que marca as palavras e os actos. Poesia telegráfica esta da poetisa Fafense, onde essa sensibilidade surge, marcada por uma experiência social que a vida lisboeta confere a quem nela vive. Essa entrega social não dissipa os sentimentos telúricos, contudo. Soledade Summavielle coloca na sua temática do melhor que há na inspiração que tem. «Terra Natal», «A Antiga Casa» e «Riqueza», por exemplo, são três produções em que avulta a poesia total que marca «Tempo Inviolado», como um livro autêntico, de uma autêntica poetisa.”

«Notícias de Guimarães», 7-4-1978

 

 

 

“A poucas escritoras com sensibilidade para perceber poesia, sentir poesia e escrever poesia se pode aplicar, em absoluto, a interrogativa e a resposta de Gustavo Adolfo Becquer como a Soledade Summavielle. Dizia o poeta espanhol – Que es poesia? / Dices mientras clavas / en mi pupila tu pupila azul / Que es poesia?... / Y tu mi lo perguntas? / Poesia eres tu». Isto alvitro quando acabo de proceder à leitura do mais recente livro de Soledade Summavielle, esse mesmo a que a autora deu o título de «Tempo Inviolado». Não é apenas o facto de estarmos diante de um autêntico, de um verdadeiro caso poético. É, sobretudo, o êxtase de a escritora ser a sua própria poesia, essa que brota e cada imagem, de cada verso, na sábia orquestração de ritmos que nos conduzem, a nós leitores, como o fio de Adriadne através dos jardins maléficos e sortílegos, de Klingsor, que são hoje os nossos malefícios do quotidiano, a um estádio de deslumbramento que é uma esperança, que é um bálsamo, que é uma purificação.

Raras vezes me sucedeu uma tão plena visão poética como aquela que em mim essa poesia ia suscitando à medida que avançava na leitura interessada de um quotidiano íntima e profundamente vivido pela escritora. Ora tal impressão não é fácil ser encontrada num momento em que as tonalidades líricas perderam o seu direito à soberania, em que os temas se afundaram no ódio que sobreleva todas as emoções e numa angústia em que cada dia que passa é um elo mais na cadeia de sofrimento que a todos nós envolve. Ora é a um muro denso e opaco a sentimentos altos e nobres que este conjunto de poesias de Soledade Summavielle faz frente – cantando a alegria de ter vivido e de viver ainda um tempo que todos os dramas, angústias, lágrimas vertidas, desilusões e tormentos não conseguiram esmagar, nem amordaçar. Isto é: um cântico de ontem e de hoje para um amanha incerto. Mas menos isso pelas certezas da própria poesia que a poetisa transformada em vate nos transmite, nos oferece e nos testemunha através do seu próprio exemplo.

Venho seguindo desde Sol Nocturno o roteiro lírico de Soledade Summavielle e, cotejando o que de seus versos afirmei através dos últimos volumes publicados, verifico que este era o livro que a sua evolução estética, confidencialmente nos prometia. Para lá dos prémios literários que distinguiram a sua poesia merecidamente, aliás, uma realidade se sobrepõe a todos os anteriores juízos: o de ser Soledade Summavielle um real caso poético conseguindo o milagre, em tempo em que são às grosas os poetas que fazem versos, ser ela uma poetisa (das raras já) em que acontece efectivamente poesia. O testemunho disto está presente em Tempo Inviolado.

 

AMÂNDIO CÉSAR

«A Rua», 20-4-78

 

 

            «Em Tempo Inviolado (Sociedade de Expansão Cultural) Soledade confirma amplamente os seus dotes de lirismo espontâneo e humanista que vê na vida um esforço de transformação e dádiva e na arte um espelho dessa luta lumínea e reconfortante. Fugindo aos processos que não passam de processos, aceita as aquisições de um lirismo com história e com avoengo nos poetas do passado mas infunde vida própria e sabe administrar a sobriedade podando a desmesura do verso derramado. A emoção fica contida no recorte do verso certo e entendível. O leitor fica com a expressão que louvada por Régio se traduz assim: «expressão que se basta e nos basta».

Tempo Inviolado é um livro de sedativa frescura, posto em arte sem esforço aparente, que se lê uma e outra vez, como nos expomos a uma brisa reconfortante. Acompanha-nos como uma tarde estival em que as palavas ganham vulto e o ar as recolhe e embala. Ler é sonhar e esquecer, para acordar mais disposto para algo que nos transcende e manda ir adiante e ser melhor. Já alguém louvou a simplicidade clássica esta Poetisa. Quando se atinge certo nível na arte, é um regresso querer tentar processos de botica bretonesca, de sobrerrealismos deformadores. Aconteceu isso com um tão grande poeta como Manuel Bandeira que tentou o concretismo e nos deu um punhado de versos pedregosos, acres, raquíticos. Soledade Summavielle norteia-se pela estrela que anda por sobre os pinhais de D. Dinis, as bucólicas de Rodrigues Lobo e as madrugadas de Lopes Vieira.”

 

«Brotéria», Março de 1978

 

 

 

 

            “Soledade Summavielle, que tem enriquecido a poetisa portuguesa com alguns volumes de versos que não se perderão no vórtice do tempo, animados como estão pelo sopro imortal da verdadeira poesia, deu, agora, a público (o seu volume imediatamente anterior data de 1973), mais uma colectânea e pequenas composições poéticas de alto nível literário. Distinguida, em 1969, com o prémio da Academia das Ciências de Lisboa, que é, de certo modo e até certo ponto, o «Goncourt» português, a autora de «Canto Incerto» dá-nos, em tantes manifestações, do seu lirismo puro, que um modernismo discreto não logra privar da genuína essência da arte poética cultivada por todos os verdadeiros poetas. Comentando, oportunamente, o seu volume antecedente, dizíamos (e apraz-nos reeditar o que, então, dissemos) que, «fiel ao seu rumo poético significa, também, à sua maneira e ser artista de poesia. Raras vezes fazendo concessões ao modernismo imperante, continua a cultivar a arte poética, fazendo versos, autênticos, versos, que se compreendem e, sobretudo, se sentem, como manifestações de uma poética passível de modificações formais mas firmemente inalteravelmente submissa aos cânones da verdadeira poesia».

«Tempo Inviolado» está, pois, na linha de ruma das obras anteriores, que tanto lustre deram à sua talentosa autora. Numa das pestanas do livro, lêem-se estas palavras que fazemos nossas, de tal modo exprimem o que pensamos acerca da poesia que forma o texto desse volume: «Tempo Inviolado» é um tempo de devaneio interior, um modo de ser e de estar no mundo, a procura de uma forma de comunicação, uma sumula de impressões poéticas sobre o amor, a arte e a vida.». Se Portugal, apesar de tudo, continua a ser um país de poetas, o certo é que a maior parte dos que publicam volumes de poesia não alcança a craveira da poesia verdadeiramente digna desta designação. Alcança-a, neste como nos demais trabalhos do género que tem dado a público, Soledade Summavielle, que sabe pôr em palavras requintadamente poéticas o seu modo de exprimir o que sente e pensa da vida em que se insere – como mulher e como poetisa.”

 

«O Comércio do Porto», 22-4-987

HUGO ROCHA

 

 

“Soledade Summavielle reaparece com novos poemas.

É uma ilustre fafense, que cedo começou a mostrar o gosto pela arte, tanto no canto, como na poesia e na cerâmica.

O poeta é um ser privilegiado. É todo aquele que faz, todo aquele que cria algo de belo para si e para os outros.

Soledade Summavielle é uma poetisa de verdade.”

«O Desforço», 20-4-1978

 

 

 

“Soledade Summavielle nasceu em Fafe, fez os seus estudos no Porto e vive em Lisboa onde pulicou com grane êxito livros de Poesia «Sol Nocturno», «Tumulto», «Âmago», «Canto Incerto» (prémio da Academia das Ciências de Lisboa), «Búzio», «Sagitário» e «O Pirilampo do Bairro», seu primeiro trabalho em prosa, literatura infantil.

Acaba de sair um novo livro da sua autoria, «Tempo Inviolado» que teve a gentileza de nos oferecer, e nesta colectânea escolhia, estão incluídos dois poemas que foram publicados ainda inéditos, no «Justiça de Fafe» quando, por ocasião do 1º aniversário do nosso semanário, pedimos a sua valiosa colaboração.

É pois com grande júbilo que registamos o aparecimento de «Tempo Inviolado» porventura o seu mais conseguido trabalho literário, dado que esgotou logo após a sua distribuição nas Livrarias, e vai entrar já em 2ª edição.

Conforme a explicação que nos é dada na dobra da capa do livro, «Tempo Inviolado» é um tempo de devaneio interior, um modo de ser e estar no mundo, a procura de uma forma de comunicação, uma súmula de impressões poéticas sobre o amor, a arte e a vida.

Torna-se-nos difícil, pela unidade e qualidade dos seus poemas escolher qual devemos publicar integralmente para a curiosidade dos nossos leitores. Decidimo-nos por aquele que dá nome ao livro:

 

Espaço de brancura latejante

Em que desenha flores o meu olhar

E galos de oiro cantam madrugadas

- Tempo de acreditar

 

Sempre que te espero com quem espera

Um astro pela noite adormecida,

Um retorno pela infância

A terra prometida.

 

Se demoras, procuro sobornar-te

- Meu tempo de Poesia –

E invoco-te naquela exaltação

A que responde ou não,

Uma secreta voz que te anuncia.

 

Congratulamo-nos pelos sucessivos êxitos da nossa ilustre conterrânea, com os melhores votos e que continue a erguer bem alto o nome da terra onde nasceu, onde viveu a sua juventude, e onde temos o prazer de ver de quando em quando na «Antiga Casa» que lhe inspirou um dos mais belos poemas deste livro.”

«Justiça de Fafe», 11-5-1978

“Uma nova e categórica afirmação da capacidade artística e poética da Soledade Summavielle, este novo livro de versos que acaba de sair à luz da publicidade.

Concordamos que «Tempo Inviolado» é um tempo de devaneio interior, um modo de ser e estar no mundo, a procura de uma forma de comunicação…». Mas, sentimos, que vai mais além esta mensagem poética de Soledade Summavielle. Na «procura de uma forma de comunicação», transmite-nos a beleza da sua arte e opulência do lirismo.

A propósito de outras obras da autora, que a crítica consagrou com toda a justiça, destacámos o seu lirismo congénito, que assenta na espontaneidade, na sinceridade, na harmonia – uma coisa tão natural que tanto encanto dá aos seus versos.

O valor e as dimensões da poesia aquilatam-se pela sua força de comunicação lírica e pelo toque irresistível da sua génese espiritual e humana.

O poeta tem sempre algo ou muito a transmitir na sua arte – de si próprio, dos seus pensamentos, do seu mundo interior, das suas apreensões, dos seus mistérios, do seu ideal, dos seus devaneios míticos.

A poesia de Soledade Summavielle, não é apenas um modo de estar. Sobretudo, é uma forma de ser. E se a sua arte é rica, a sua mensagem poética é opulenta, porque sincera e repleta de ideal, de lirismo.

 

Não me prendam os braços. Sem algemas,

Observem os gestos que os definem.

Soltem-me as mãos e logo hão-de entender,

A linguagem fraterna em que se exprimem.

 

Um sentido de ideal fraterno. A poetisa não só, mas no Mundo para se comunicar e dar as mãos em caminho de beleza e amor.

Sempre acompanhada das suas recordações, da sua saudade, diremos da volúpia da saudade, mesmo das coisas telúricas que tiveram a luz do sol e o mistério da graça, Soledade Summavielle sente, como Florbela, o «fogo da poesia», a «exaltação da arte», para se comunicar em estrofes que ficam como verdadeiros valores antológicos. Poetisa e Mulher.”

SOUSA MACHADO

«O Comércio de Guimarães», 16-6-1978

Críticas ao Livro Tempo Inviolado

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